Escrevi no primeiro post : "Com a facilidade dos contactos via internet, não vejo razão para não me expôr. Quem AMA a IF, é porque tem algo em comum. Aqui estarei para contar tudo o que quiserem e tudo o que eu quiser. Fraccionadamente e na intimidade do Ciberespaço."
Talvez não tenha sido bem assim. A partir desse momento a, até então, tranquila história da Íntima Fracção, entrou numa fase de instabilidade. Fim das emissões na TSF (depois de quase 15 anos consecutivos de transmissões); um ano meio perdido pela net (embora com um inesperado e vasto apoio de ouvintes que, afinal, eram mais do que mil (!); um quase regresso à RDP que ficou sempre suspenso "in extremis"; refúgio hertziano na Rádio Universidade de Coimbra; passagem de meio ano pelo Rádio Clube Português (pelo menos passei por mais uma estação histórica da rádio em Portugal ... só me falta o grupo Renascença !); e, neste momento, a IF a caminho da novidade de ser distribuída online pelo Expresso (depois de ter, hertzianamente falando, emigrado para a rádio espanhola EMA rtv).
Não contei tudo o que quiseram, nem tudo o que eu quis. Mas uma coisa é certa : o blog devolveu-me um apoio por parte de antigos e recentes ouvintes que, de outra forma, talvez nunca tivesse acontecido.
A relacção entre o privado e o público, que quase desfiz logo ao segundo post, é, no caso do blog da IF, o mais difícil de gerir. Tentar escrever sobre o programa sem escrever sobre quem o faz, é uma contradição difícil de resolver. Por isso os sinais (sempre à espera de um sinal), o falar não sobre mim, mas, através do meu discurso sobre o mundo que vejo e ouço, falar também de mim.
A todos os que não deixaram "cair" a Íntima Fracção, quero, para lá de agradecer, deixar-vos a "intimidade de uma esperança" !
# Gnac : Brouillard # Beach House : d.a.r.l.i.n.g. # WorryTrain : Far past gone (extracto) # Gnac : Winter blanket # Imaad Wasif : Other voices # Gnac : Twenty second night # Rockabye Baby : God only knows # Shrif : God only knows # Pearls Before Swine (Tom Rapp) : Images of April # Beirut : Nantes # Burial : In McDonalds # Arthur Russell : Little lost # Aarktica : Matchless # Beach House : Childhood # Donna Regina : Interlude
... em breve distribuída através do Expresso online ...
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Francisco em 28.12.07
27.12.07
Dentro de 24 horas (+/-), nova edição da IF exclusiva online.
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Francisco em 27.12.07
Outra notícia : primeira antecipação do IF tour 2008. 14 de Fevereiro - Estaleiro Cultural Velha-a-branca (Braga). Estarei presente para conversar sobre um disco ou/e um livro (a anunciar). Antes disso, espero estar em Lisboa (Fábrica de Braço de Prata) no lançamento da IF através do Expresso online.
A 22 e 23 de Fevereiro 2008 - música para gente sentada em Santa Maria da Feira. Joe Henry (que ouviu muito Dylan e Tom Waits) e ainda um dos recentes favoritos da IF : Richard Hawley. Confirmados.
Joe Henry fala e dá a conhecer o seu novo disco "Civilians".
E Richard Hawley, ao vivo em Chelmsford. Uma desencantada melancolia com um vago sabor a música na rádio em "discos pedidos" por ouvintes mais esclarecidos. E um look a Hank Marvin despenteado (guitarrista dos lendários The Shadows.
Morreu Oscar Peterson. Um dos meus pianistas favoritos de jazz. Tinha 82 anos. São pessoas que não morrem. Fica a sua obra, etc etc. Mas a nossa mágoa é a de não podermos agradecer-lhes nunca mais.
I could have been someone Well so could anyone You took my dreams from me When I first found you I kept them with me babe I put them with my own Can't make it all alone I've built my dreams around you
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Francisco em 24.12.07
23.12.07
... com quase tudo o que se passa e com a sua ausência. Com tudo o que já se passou e o vazio que fica sempre. Perplexo com a própria perplexidade.
(não li o livro, não vou ler e apenas me aproveitei do título que me deixou perplexo)
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Francisco em 23.12.07
Memórias da época feliz da IF. 1995-2000 The Divine Comedy. Neil Hannon Os novos crooners.
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Francisco em 19.12.07
Um vídeo com imagens originais em super 8, editado em Final Cut, para uma competição promoviada pelos Junior Boys. Uma experiência formal suportada pela magnífica versão de When no one cares pelos Junior Boys.
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Francisco em 19.12.07
Estou de causas. Fechar. "Fechar" é a palavra e, pior, o conceito e a atitude. Fechar. Fechar tudo. O encerramento é sempre um sinal de decadência, de final. Pensem nisso.
Em trânsito para o Expresso online, vou disponibilizar mais uma IF pelas vias habituais.
Não quero (nunca o fiz), falar apenas de música aqui no blog. Por que havia de o fazer ? A IF não é um programa - agora "apenas" um podcast - sobre música. A música é a matéria plástica com que se contrói a IF. Uma das. Por isso, ao rever o filme Grande Hotel (1932), a primeira super-produção com várias estrelas de Hollywood, o célebre filme que inclui a frase da Garbo, "I want to be (let) alone", fiz um paralelismo entre aquela época e a que se vive agora, em Portugal, envolvendo mais gente do que se pensa. Diálogo entre a perturbante estenógrafa (Joan Crawford) e um dos galãs do filme, o Baron Felix von Geigern (John Barrymore) :
Joan : Não quero chá ... não quero estragar o jantar que é a minha única refeição ... John : A emagrecer ? Joan : Acha que preciso ? John : Não ... uhmmm ... claro que não ... mas, uma refeição por dia ? Joan : Sim John : E não é para emagrecer ? Então por quê ? Joan : Dinheiro ! ... Já ouviu falar ? John : Acho que sim, vagamente ...
Este post não devia ter sido colocado à hora do jantar ... Que me desculpem os mais sensíveis, humanitaria e politicamente.
A propósito de todos estes sons e imagens que se formam em nós. " O que os nossos olhos e ouvidos exigem não é a pessoa verídica, mas a pessoa verdadeira." (R.Bresson) Sempre o mais difícil.
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Francisco em 12.12.07
Goldfrapp have made a return to the dreamy, understated sound of their Mercury-nominated debut with the forthcoming studio album, Seventh Tree.
É publicado em Fevereiro, mas já o ouvi. O novo disco de Goldfrapp deixa para trás a fase discoteca que tão triste me deixou e avança em territórios diferentes. Não é bem o regresso a 2000 e à primeira (e única ?) sonoridade. Às vezes soa a Alpha e tem qualquer coisa de Air. Os Portishead também são invocados (e evocados ...). De qualquer forma voltam a sonhar, embora não haja pilotos comandando fortalezas rosa-voadoras ao amanhecer.
Novo disco de Burial. O misterioso criador (dubstep) criou momentos mágicos em que os sons nos abrem portas para as imagens. Mas serão sempre as nossas. Só as nossas. Na recente edição da IF estão lá várias.
Eurythmics (1983) Afinal o que é que sonhámos ? E daí para cá ? E então ? Os sonhos comandam ou não a vida ? E o que comanda os sonhos ?
Vinte e cinco anos depois comprei um bloco para anotar o passado ou para desenhar o futuro ? Criar ! "Criar não é deformar ou inventar pessoas e coisas. É estreitar entre pessoas e coisas que existem, e tal como existem, novas relações." (Robert Bresson)
Cézanne : "A cada pincelada, arrisco a vida." Acrescento : a cada imagem, a cada som.
# Burial : In McDonalds # Deaf Center : Eloy # Harmonic 33 : Optigan # Six Organs of Admittance : Coming to get you (excerto) # Bjorn Torske : Moljekalas # Brandien : Punta Lara # Patrick Watson : Bright shiny lights # Patrick Watson : Slip into your skin # At swim two birds : Return to the scene of the crime # Aqua Bassino : Moon light (extracto) # The Bad Plus : Flim # R. Guthrie/H. Budd : Turn on the moon # Burial : Endorphin # Bjorn Torske : Spelunker # montagem IF # Burial : In McDonalds
Dentro de 24 horas, uma edição da Íntima Fracção online para suavizar este período de passagem para o Expresso online. Obrigado por todo o apoio.
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Francisco em 6.12.07
5.12.07
Greta Garbo
" Eu nunca disse I want to be alone. O que eu disse foi I want to be let alone. Há uma enorme diferença."
Concluiu-se esta semana mais uma etapa na vida da Íntima Fracção. Não gosto que a vida se faça por etapas, mas parece que é a melhor forma de avançar, de conquistar terreno. A certa altura, avançar, apenas por avançar, torna-se não só perigoso como desnecessário. A caminho de completar 24 anos, a IF confunde-se com a minha vida. Durante muito tempo aceitei o facto como normal. Neste momento, não tenho a mesma certeza.
A Íntima Fracção pode ser um recurso, um reduto, um refúgio. Para mim e para quem a ouve. Mas foi sempre um pouco mais do que isso. Um alento contra o desespero. Um combate, com muito poucas tréguas, pela possibilidade de continuar. Pela felicidade, sempre impossível. Inocente. Acreditando que todos pudessem ser convertidos ao amor inabdicável. Em resumo, ao Bem.
Haverá uma última tentativa para se persistir na causa das batalhas perdidas.
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Francisco em 2.12.07