IF 30 de Julho 2006 # Feist : Lonely, lonely # Feist : Lonely, lonely (frisbee'd mix) # Waldeck : I talk to the wind # Hanne Hukkelberg : Searching # Beach Boys : Wind chimes (instrumental backing track) # Yo la tengo : Tonight # The Byrds : You and me (instrumental) # Brian Eno : Dunwich beach # Kraftwerk : Europe endless # Isan : Ships # Belle and Sebastian : I know where the summer goes # Brian Eno, Harold Budd, Roger Eno : Always returning
sons : mar, piscinas, comboio de alta velocidade, terminal de aeroporto, . . .
Eu aqui a olhar o mar e ao mesmo tempo, também não longe do mar, 30 crianças morrem no mesmo local (de abrigo ?), como consequência de um bombardeamento.
Há uma guerra entre dois países por causa de dois soldados raptados. Não sei bem se foi só isto ... foi o que ouvi. Sei muito pouco sobre aquele conflito. Descubro todos os dias novas informações.
Podia ter lido milhares de páginas, mas há sempre algo que escapa. Mesmo que já tivesse nascido quando tudo começou, de nada me serviria tentar compreender o que se passava. Agora, não quero. Sinto um enorme desprezo por povos que se guerreiam há tanto tempo.
Deve haver razões fortes dos dois lados. Claro. São seres humanos. Pensam.
No meio da guerra, há sempre lamentáveis (trágicos) erros. O de hoje foi mais um. Bem que avisara o jornalista que, regressado de um dos países onde foi a convite do seu governo, garantia que os seus soldados não eram super-homens. Eram humanos. Também se enganavam.
Enganam-se. Enganam-nos.
Mas eu vi a menina morta nos braços de um socorrista. De cabelo apanhado. Como se tivesse adormecido ao colo do pai. Quem lhe terá apanhado pela última vez o cabelo ? Ela ? A mãe ? Uma irmã ? Uma avó ? O pai certamente que não. Os pais das meninas de 6 anos que morrem de cabelo apanhado, apanhadas pelas bombas, há muito que se devem ter feito explodir em direcção ao paraíso. Se não fosse assim, eles não deixariam que as meninas fossem apanhadas e mortas de cabelo apanhado pelas bombas lançadas por exércitos corajosos. Humanos, logo, falíveis. Sempre demasiado falíveis.
Eu sei quem, esta manhã, apanhou o cabelo à menina morta que passou à minha frente nos braços do socorrista.
Why did summer go so quickly ? Was it something that you said ?
(The windmills of your mind - tema de The Thomas Crown Affair - 1968)
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Francisco em 28.7.06
Maria João Pires deixa Belgais, na Beira Baixa, e vai viver para a Baía (Brasil). Após "a tortura sofrida durante anos" em Portugal, disse. O Projecto Educativo de Belgais, que a pianista criou, foi sempre motivo de desencontros com o poder, ou os diversos poderes. Nunca consegui saber onde ia dar a ambição de Maria João e onde começavam os entraves dos poderes "oficiais". Em Portugal (e em muitos outros lados ... talvez), o poder político (qualquer) tem um enorme pavor em apoiar de uma forma mais evidente, projectos que saiam das regrazinhas e das metodologias definidas nos milhentos documentos que vão sendo produzidos laboriosamente por formigas que se prepararam a vida inteira para escrever regras com as quais sonham dominar os outros ou, pelo menos, salvar-se a si próprias. Assim, não interessa fazer nada. O importante é restruturar, redimensionar, reformular, reorganizar, numa palavra, reformar, mas sem fazer nada. Há eleitos que demoram todo o mandato só a restruturar os seus serviços. Tarefa "ciclópica", dizem eles. Quando acabam, já não há tempo para fazer nada. Outro seguirá o mesmo caminho ... logo a seguir. O abandono de Maria João Pires fica-nos mal. Mesmo que tenha alguma coisa de excesso de génio. Mas não é verdadeiramente isto a que nos últimos 4 anos nos temos sujeitado ? A sentirmo-nos a mais ? Tenho tido esta sensação estranha. Os últimos governos vêem-nos como empecilhos. Gente que só atrapalha. Tudo se tornaria mais fácil se a esperança média de vida voltasse para trás e as gerações mais novas saissem de casa dos pais directas para a emigração.
O site do projecto de Belgais merece ser visitado. O Google encontra cerca de 150.000 referências a Maria João Pires e 543 fotos da pianista. Nada, se comparado com as 7.200.000 referências a Cristiano Ronaldo. Um estádio, um só estádio dos tais do Euro2004 e o P(?)aís seria polvilhado de Belgais.
My Miami's shirt. Não se sente. Vê-se. E bem ! Se pudesse, passava o Verão com ela (não se sente ...). E no iPod, ouvia em repeat, Feist : Lonely lonely (Frisbee'd mix). Como se houvesse férias para a IF. Prosaico. Deitado, de frente para os azuis.
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Francisco em 24.7.06
Novo dos Yo la tengo. I Am Not Afraid of You and I Will Beat Your Ass. Disseram que soava a Doors. Não. Soa a Byrds. Material selecionado na IF.
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Francisco em 24.7.06
IF 23 Julho 2006 # The Residents : It's a man's man's world (extracto) # The Residents : And i was alone # Animal Collective : The softest song # Animal Collective : Banshee Beat # Lars Horntveth : Pooka # Rogue Wave : Perfect # The Albumn Leaf : Window # Yo la tengo : Instrumental # Yo la tengo : Tonight # Sun Ra : Holiday for strings # Yo la tengo : Sometimes i don't get you # Her Space Holiday : The good people of everywhere # Sengei Ono : I think of you
"A hundred times every day i remind myself that my inner and outer life depend on the labors of other men, living and dead , and that i must exert myself in order to give the same measure as i have received and still receiving ." Einstein
Esta sábia afirmação chegou do Jaime, homem de Ciência e ouvinte do podcast da IF. Como o mundo seria melhor se mais 10 % pensassem assim.
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Francisco em 21.7.06
17.7.06
IF 16 de Julho 2006 # Syd Barrett : Golden Hair # Syd Barrett : Wouldn't you miss me # Syd Barrett : Dark globe # Isan : Seven mile marker # Jens Lekman : Me on the beach # Bob Marley : Waiting in vain # Micah P. Hinson : The possibilites # Feist : Lonely lonely ( frisbee'd mix) # Niobe : In the sun # Colleen : I'll read you a story # Divine Comedy : There is a light that never goes out # Boards of Canada : Kaini industries # Boards of Canada : Happy cycling
Devo esclarecer que o vídeo (sobre e com Syd Barrett) contido no post anterior, contém imagens que podem ser consideradas chocantes por todos os que ainda nada aprenderam sobre a mutabilidade da natureza. Look out jovens músicos talentosos e demais gente hedonista ! E, claro, todos os que odeiam os velhos por não suportarem aquele espelho do seu futuro, quando os filhos dos filhos dos seus filhos os virem também como velhos.
Syd Barrett morreu sexta-feira passada. Quem não sabe quem foi Barrett, procure no Google. Depois de 3 meteóricos anos de criatividade com os Pink Floyd, interrompidos em 1968, ainda tentou seguir sózinho, mas estava demasiado instável para o quer que fosse. Anos de consumo de LSD atiraram-no de regresso a casa da mãe, nos arredores de Cambridge. Considerado, justamente, um enorme influenciador de posteriores nomes marcantes da cena musical moderna (Bowie incluído), desapareceu por completo. Retomou o nome original - Roger Barrett - e viveu 35 anos a pintar e a cuidar do jardim. Os Pink Floyd garantem que ele sempre recebeu os royalties a que tinha direito. Supõe-se que terá sido assim que viveu estas últimas 3 décadas e meia. Sossegado, os vizinhos viam-no a passear até à loja da esquina para comprar o jornal. No entanto, durante muito tempo, tornara-se uma lenda sem se saber onde estava. Quando começou a ser procurado por seguidores e jornalistas no seu refúgio de Cambridge, defendeu-se, evitando-os. Há um bom par de anos que dificilmente, quem o conhecesse das capas dos discos e das fotos das velhas revistas, o reconheceria. Diabético, faleceu com 60 anos, supondo-se que a causa tenham sido complicações provenientes da doença. Mesmo na morte, passou despercebido. A notícia foi conhecida dias depois e as cerimónias fúnebres terão sido absolutamente privadas. A IF conta nas suas mais belas memórias com a música de Syd Barrett.
Passei de ano ! Agora já não recebi uma bicicleta (azul e branca, linda) comprada em Sangalhos. Passei de ano ! Agora recebi um iPod (daqueles com muitos gigas). O que iria na cabeça (e especialmente no coração !) da Michelle quando o mandou embrulhar ?
Michelle, ma belle. These are words that go together well, My Michelle. Michelle, ma belle. Sont les mots qui vont tres bien ensemble, Tres bien ensemble.
IF 9 de Julho 2006 # Nick Drake : Instrumental # Gonzales : One evening (Feist) # Honeyroot : Love will tear us apart # Idaho : To be the one # Gregor Samsa : Loud and clear # Gregor Samsa : Young and old # David Sylvian : It'll never happen again # Roudoudou : Peace and tranquility to earth # The Octopus Project : Hold the ladder # Harold Budd : It's steeper near the roses (for David Sylvian) # Mercury Rev : The tides of the moon # Múm : Sunday night (just keeps on rolling) - extracto # Beach Boys : God only knows (só vocais) - extracto # Feist : Mushaboom (live) # Feist : Mushaboom (Postal Service mix) # Mastretta : Continental-Auto # Lou Reed, Laurie Anderson, Brian Eno : As we sleep
inclusão de extractos de Tape, Murcof e Hans Zimmer
Para este fim de semana, uma IF como outra qualquer - sempre igual, porque diferente. Claro que tem Feist em duas versões de Mushaboom. Abre com um instrumental de Nick Drake e depois Gonzales toca "One evening", de Feist. Pelo meio aparece David Sylvian com a sua versão de "It'll never happen again", ainda mais melancólica que a original de Tim Hardin. E mais coisas, muitas mais. Para ilustração do post fica um vídeo (terrivelmente pirata) de Sylvian, a cantar e a tocar (sózinho) "It'll never happen again", a 4 de Novembro de 1995, em Londres. Não aprendi com Hardin, nem com Sylvian ... Há sempre qualquer coisa que não devia voltar a acontecer, mas acontece. Um crente desconfiado que, afinal, acredita sempre.
ah ... bon ! ah ... boooufff ! je n'aime pas les cochons chauvinistes ... ouais ... voilá un vrai mec !
suplement : mes excuses à EPC ... je le sais ... ah ! la cinémathèque !!! ... les beaux temps de Paris ... l'intellectualité ... touts ses gens extraordinaires qui vont faire des documentaires à la Republique Centre Africaine ... ah ! ces bizarres créatures ... qui me fais tourner en bourrique !!! maintenant au football ... ASSEZ !!! ehn ?
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Francisco em 5.7.06
4.7.06
Está em loop no blog Sophia's. Feistcantando Mushaboom. Foi publicado em Maio de 2004 no CD Let it die. Agora, também pela Primavera (Abril), saiu um novo disco - Open Season - onde são incluídas quatro remixes de Mushaboom (para além de outras excelentes surpresas). É uma canção tão fresca e optimista que a deixei a rodar em loop, através do Sophia's, durante umas boas duas horas. E foi como se tudo fosse ainda possível : eu estava a salvo no estúdio, havia Verões para acreditar e a música era como uma animação mágica que saltava do écran e voava sobre o tempo e o espaço. Não sabia onde, mas alguém estaria feliz.
Encontrei o vídeo-promo do tema, bem como várias prestações ao vivo. Escolhi esta em Paris :
Post para atrair audiências através dos motores de busca !
Figo Cristiano Ronaldo Scolari Merche Romero Yoko Ono à portuguesa Merche nua Imagem de Nossa Senhora no balneário português Labreca Ricardo perante a angústia do penalti Portugal Campeão Se o Eusébio ainda jogasse Os ingleses cantam no estádio (dedicado a Rui Orlando da SportTV que não entendeu o momento mais sublime do intervalo antes dos penaltis, quando a instalação sonora no estádio lançou Doris Day com "Que sera ... sera ... whatever will be ... will be ... the future's not ours to see ... que sera, sera ... what will be, will be".)
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Francisco em 3.7.06
2.7.06
IF 2 de JULHO 2006 # Sengei Ono : Planador (expandido) # Simon Joyner : Birds of Spring # The White Birch : Seer believer # Jolie Holland : Mehitibells blues # Moby : Blue paper # Takagi Masakatsu : And then # a.o.s. : History repeats itself # Murcof : Rios # Howard Devoto : Some will pay (for what others pay to avoid) # Readymade : Interlude # The Pretenders : I go to sleep (live) # Stratus : Interlude # The Octopus Project : The adjustor # Johann Johannsson : Karen Býr Til Engil