Começou há vinte anos. Ainda pirata. A Íntima Fracção mudou-se para lá um ano depois. A IF ... e eu. Lá fiquei até ao final de 2003. Foram anos magníficos. Exaltantes e apaixonados no início, tranquilos e belos, depois. Uma experiência única e historicamente irrepetível.
No último trimestre de 2003 a TSF mudou muito. Para muito pior. Sem eu saber como, afinal a IF tinha acabado há muitos anos ! Sem eu dar por ela, pois sempre ali estivera áquela hora, já tinha sido atirada para horários marginais. E aí vai ela, borda fora, despejada com o resto da água do banho. Durante quase 15 anos eu fiz muito mais coisas na TSF. No fim, tive que mendigar três (3) meses de pagamento pela metade para ter um mínimo de tempo para me recompôr.
Hoje a TSF faz 20 anos. Tantos amigos que terão voltado para estar no Museu da Electricidade. Ontem à noite acabei por não ir à festa. E não sei por quê.
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Francisco em 29.2.08
28.2.08
Noites perdidas a olhar para o sete-estrelo. Ah ! Se a Rádio ainda estivesse viva ...
Patrick Watson, no dia 13 de Março, em Lisboa na Aula Magna.
Os tempos felizes da Íntima Fracção. Flashback para a cover dos Trash Can Sinatras (1996) de To Sir, with love (Lulu - 1967)
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Francisco em 27.2.08
24.2.08
Silêncio musical, por um efeito de ressonância. A última sílaba da última palavra, ou o último ruído, como uma nota suspensa. (Robert Bresson)
Desliguei. Poiso o telefone. Percorro as ruas nas primeiras horas da noite e ... ninguém. Nem uma pessoa. Nem um só eco, mesmo distante, de tudo o que ali se viveu. Silêncio. Apenas o silêncio. E mesmo esse, mais visual do que de ausência sonora. Longos anos, de súbito, suspensos. Exactamente isso. Supensos.
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Francisco em 24.2.08
21.2.08
Os comentários não funcionam ? Huuummm ... problemas com o Blogger ? Podem enviar os que quiserem através de mail.
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Francisco em 21.2.08
20.2.08
No final da "conversa" na Velha-a-Branca, conheci Ana Salomé, autora de Anáfora. Recusou-me o livro com o argumento de que já não gostava dele. Protestei. No sábado, eis que a Ana foi também até Coimbra para o Indie*Folk*TAGV. E ... finalmente, o livro ! Deve ser lido. Foi editado pelas Publicações PenaPerfeita. A Ana tem também um blog.
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Francisco em 20.2.08
Memórias da noite na Velha-a-Branca (Braga).
Questões mais pertinentes colocadas:
- o que fazer para se conseguir trabalhar em Comunicação ?
Resposta :
- emigrar ou tomar o poder.
- Qual o motivo da voz na rádio ser tão diferente da voz ao natural ?
Resposta :
- porque na rádio actua-se, tal como em qualquer espectáculo. Tem que haver um registo diferente. Os exageros baseiam-se na falta de controlo sobre esta técnica (fingir voz anasalada, grave ...). A naturalidade ou é construída ou é falsa.
- A rádio de autor poderá regressar ?
Resposta :
- só se a rádio digital o permitir sem grandes custos para as empresas e o público que se queixa da sua falta continuar a existir. Para já, a alternativa é a distribuição via net e os podcasts.
- A formação superior em Comunicação (em Portugal), parece dar pouco relevo à prática. É ou não importante sair de um curso superior com prática ?
Resposta :
- claro que é ! Sem nada a opôr aos estudos teóricos (podem ajudar muito a formar intelectualmente os alunos), sem prática, nada feito. O mito dos estágios é isso mesmo : um mito. As empresas cada vez sentem mais que não têm que formar ninguém. Essa formação tem que ser feita nas escolas. As escolas têm que mudar a sua atitude e criar espaços de efectiva experiência.
A moderadora da conversa foi a aluna de Comunicação Social (UM), Sónia Pimenta. Esteve muito bem, com grande contenção e fazendo efectivamente uma moderação. Estava bem preparada. Estas "Conversas" podiam ser estimuladas pela Universidade.
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Francisco em 20.2.08
18.2.08
INDIE * FOLK * TAGV
Sábado, grande dia de música e encontros em Coimbra.
Não apanhei o debate sobre música Indie, à tarde. Mas finalmente revi o Francisco Mateus (Rádio Crítica) e o Ricardo Mariano (Vidro Azul). Conheci ainda o Pedro Esteves (Lado B). Depois de 48 horas antes (Braga) ter também conhecido o Nídio Amado (O Cubo), foi um final de semana emocionante para a "Irmandade do Éter". Longe está o Hugo Pinto (Miss Tapes) e continuo sem conhecer o Zito C. (Bitsounds). Há, de facto, qualquer coisa que passa transversalmente pelo nosso trabalho. Uma forma própria de utilizar (alinhar) a música (e o som ... e a palavra ... o ruído ... silêncio) como expressão de emoções.
Dia 16-2-2008 foi também dia grande para o Ricardo Mariano. Ele esteve na génese do evento (Indie-Folk-TAGV). E valeu a pena. Recomendo a ampliação das expectativas.
Fotografias (históricas ?) do encontro de caras da "Irmandade do éter". A presença física, que os corações há muito se encontraram.
Com o Francisco Mateus.
Com o Ricardo Mariano e o Francisco Mateus.
Pedro Esteves, Ricardo Mariano e Francisco Mateus.
Francisco Mateus é um dos ouvintes mais antigos da Íntima Fracção. Tem IFs gravadas desde 1987. Em 1991 (?), veio conhecer-me. Em 1994, ele mesmo entrou para a TSF. Em 28 de Setembro de 2003, num momento de mudança que antecipava o fim da TSF como a conhecíamos, teve a coragem de fazer um elogio (fúnebre ...) à IF. Em directo e durante os 15 minutos anteriores à transmissão da última edição da IF na TSF, Francisco Mateus falou da história da IF e da importância que o programa tinha tido no panorama radiofónico português. Ao mesmo tempo, para quem o ouviu, não sobravam dúvidas sobre o que (simbolicamente) se encerrava naquele momento.
A TSF também nunca mais foi a mesma. Tornou-se, rapidamente, numa estação de rádio quase igual às outras, e depois, mesmo igual a tantas outras. O trajecto estava traçado e veio a ser vendida pela PT ao grupo Controlinveste.
Bela noite de conversa na Velha a Branca, em Braga.
Moderado pela Sónia Pimenta, em pequena sala ( mas cheia), lá fui falando da minha vida profissional, da rádio, da imagem, da Comunicação e do disco Pet Sounds. Foi projectado o vídeo que o Paulo Abrantes realizou sobre a Íntima Fracção. Claro que se falou, e muito, da Íntima Fracção.
No Verão deve ser mais agradável ainda. As conversas decorrem no "tanque", ao ar livre. Apareceram estudantes de Comunicação, outros interessados (até já formados), e ainda, para meu grande contentamento, o Nídio Amado, um daqueles a que eu chamo da "Irmandade do éter" , da RUM, que eu não conhecia pessoalmente. Quase no final falou um senhor que eu também só conhecia de nome : Belo Marques. Um sonoplasta famoso da época em que entrei para a RDP. Só surpresas e simpatia.
O Ivan (do blog Music-in-a-box) fez as honras da casa. A Sónia é estudante de Comunicação Social e parecidíssima com a minha ex-colega de trabalho, Madalena Balsa (RDP).
Noutro post vou disponibilizar registos em imagem do que aconteceu, bem como algumas questões que se levantaram e me pareceram interessantes.
Amanhã na Velha-a-Branca (Braga), vou estar numa Conversa no Tanque (!). Sem água, espero. Mas, a propósito, porque é que um disco registado com um gravador de 8 pistas em 1966, mudou ideias sobre a música popular ? PET SOUNDS ... e também mais alguma coisa sobre a Íntima Fracção !
Dois vídeos. Dois "Lost and found". Em cima,OLA PODRIDA (2007)com as aventuras da utilização da chroma em vídeo. Em baixo, KINKS (1987), com a estética MTV para longas horas de vídeo-clips. Quando a música que passava na rádio era outra.
Como ando a receber mails a perguntar se a IF vai para onde o VA foi, eu confirmo apenas a irmandade (vejam as minhas afinidades aqui em baixo). E então não resisti a pilhar-lhe um vídeo de um post dele. Sintonia ...
Gosto verdadeiramente deste disco. Já por aí anda desde há um ano e nunca o utilizei nem falei dele. Uma injustiça, muito mais do que uma distração. Como poderia ser ? Uma imensa poesia melancólica que persiste mesmo tapada pelos resíduos das máquinas. Uma questão de coração contra o pragmatismo (quando, aliados, afinal até funcionam).
É uma espécie de passado ouvido através de filtros sujos de electrónica. Há crianças lá atrás. Momentos de grande tristeza que se cristalizam num olhar fixo sobre uma qualquer superfície. Mas também auroras boreais que se levantam no meio de escuros céus.
São de San Marcos, Texas, USA, e não se sabe muito sobre eles.
Numa primeira audição vão gostar de "I love you, please come back" e de "Paper airplanes", mas acaba-se por descobrir muito mais.
Na próxima 5ªf, dia 14, à noite, estarei no estaleiro cultural VELHA-A-BRANCA, em Braga, para conversar sobre um disco ou um livro. Amanhã direi qual o objecto escolhido. A VELHA-A-BRANCA fica no centro histórico de Braga, no local que aqui se indica (e que eu não conheço ainda). "A Velha-a-Branca é uma cooperativa sem fins lucrativos [ ... ]. Abriu portas em Outubro de 2004 com o objectivo de promover a criação e a divulgação artística e cultura. Todos os dias é possível assistir às mais variadas actividades (conversas, lançamentos de livros, sessões de poesia, concertos, semanas temáticas, etc), visitar exposições (fotografia, pintura, escultura, etc) e frequentar cursos na área cultural ou do ambiente. A Velha ocupa um edifício do séc. XVIII, dispondo de várias salas e uma cafetaria de apoio. A estreita fachada esconde um extenso e surpreendente jardim em patamares que termina num miradouro com uma interessante vista sobre a cidade." (no site da VELHA)
Não sou, evidentemente, o dono da casa. Nem sequer "da casa", mas penso que posso convidar todos os apreciadores da IF, pois ela também passará pela conversa.
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Francisco em 8.2.08
5.2.08
O que faz aqui um vídeo destes num dia de Carnaval ? Uma ideia simples, mas directa como golpe de pugilista.
Ministry of Social Affaires ( uma mensagem que se pode alargar a tanta coisa )
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Francisco em 5.2.08