Seguindo o conselho de Kierkegaard, quando ouvimos cantos de sereia e se fica enfeitiçado por eles, a única forma de quebrar o feitiço consiste em cantar aquela música de trás para a frente. Dar a volta à situação. Raciocinar a partir das emoções.
Devido à transmissão da primeira noite de mais uma série de repetitivas, previsíveis, inócuas e deprimentes festas de estudantes, não houve IF na RUC. De qualquer forma ela será disponibilizada na web e distribuída em podcast. Contem com a IF. Ela conta (desesperadamente) convosco. Obrigado.
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Francisco em 26.10.06
23.10.06
Com o regresso da IF à distribuição por podcast, também ela voltou ao Top 25 do iTunes. Uma brevíssima carícia no meio do dilúvio.
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Francisco em 23.10.06
21.10.06
O Hugo, com uma fé diversa, tem poisado na net pedaços da IF recuperados ao fundo da mágoa. Regressou assim a carta assinada por Arthur Rimbaud ao Directeur des Messageries Maritimes, naquele inquietante final de Sahara Blues, de Hector Zazou. O Hugo, de longe, ofereceu-me um Avril 14th, de Aphex Twin, mas onde ele julga encontrar pedaços de azul entre as núvens, está apenas (e sempre ?) um enorme esforço para as separar. O Hugo, na sua fé diversa, deixou um vídeo de Trioon I - música de Alva Noto e Ryuichi Sakamoto. É este que traduz o momento de suspensão adequado. A insustentável expectativa que me acorda o peito. Os olhos postos em quase nada, e no entanto, há uma fina linha que se mantém viva.
IF 18 de OUTUBRO 2006 # Beth Orton : Sisters of mercy # Balun : I Shoudn't do this # Burial : Forgive # Isan : Lente et grave (Satie) # Isan : Roadrunner # Blueneck : Le : 465 (Alpha remix) # Alpha : Song to the sirene (com Wendy Stubbs) # Broadcast : Until then # Camera Obscura : Razzle Dazzle Rose # Squarepusher : Tommib help buss # Piano Magic : The Nostalgic # Caroline : Winter # Johnny Cash : Help me # Isan : Lent et douloureux (Satie)
+ curtos samples de Burial e PLU, sons de trovoada, chuva e vento. Textos.
AGORA, 4.as na RUC (1-2 h). ESECRádio online, 5.as. Distribuição do podcast, às 6.as.
A Íntima Fracção regressa na próxima 4ª à noite à antena da RUC. Depois em podcast e/ou em download directo. Vinda não sei já de onde, a mágoa, como um soluço de criança que não nos deixa respirar fundo, converte-se em som e risca o escuro como um traço luminoso. Sempre em busca do pedaço de azul entre as núvens.
O VIDRO AZUL, programa de Ricardo Mariano na Rádio Universidade de Coimbra (RUC), também com distribuição em podcast, completou 4 anos. Bateu-me em cheio, naquele espaço muito pequeno e sensível que se situa algures entre os ouvidos e o coração, quando o ouvi pela primeira vez, não sei bem onde (na cidade), dentro do carro, quando era transmitido entre as 20 e as 21 horas. O VIDRO AZUL tem aquele toque mágico que se reconhece imediatamente pela ambiência conseguida. O VIDRO AZULsó não tem uma maior difusão, devido ao actual estado decadente da generalidade da Rádio em Portugal. Se neste momento, o VIDRO AZUL chegasse a uma rádio nacional, podia ser mau sinal. O VIDRO é frágil e bastante azul ! Que a luz ténue do luar se reflita em ti durante muitas luas !
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Francisco em 17.10.06
14.10.06
Short Film About Camera Obscura
Salvam-me as músicas ... ? Que músicas ? Que música me sobra ?
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Francisco em 14.10.06
13.10.06
... i am alone in the elevator !
The man in the elevator (Der Mann Im Fahrstuhl) - Heiner Goebbels : Heiner Muller
Exprimir o inexprimível. Desde sempre, o que procuro na Íntima Fracção. Uma tarefa nas fronteiras da impossibilidade, mas simultâneamente do inabdicável. O som (a música ?), o silêncio, exprime muitas vezes o inexprimível. Porque, desde sempre, o receptor participa na construção da mensagem que recebe. As imagens, neste campo, são insuficientes. Mesmo que acompanhadas de som, é esse mesmo som que as altera. As imagens, de maneira a exprimirem alguma coisa que ultrapasse a simples interpretação das suas formas, têm que estar livres do som, ou, serem concebidas para aquele(s) som. Rigorosamente. Isto é difícil de conseguir. É necessária uma exclusividade que a subsistência não permite. As novas formas de expressão audiovisual só podem seguir este trajecto. O resto é mero showbiz.
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Francisco em 11.10.06
Está estimado em 1,9 milhões o número de cães e em 1,5 milhões o número de gatos existentes em Portugal. Quase metade dos lares portugueses têm um ou mais animais de estimação, o dobro da média europeia. Os animais de companhia completam um desejo humano básico ao oferecerem amor e afecto incondicional, e a sua dependência faz-nos sentir necessários e importantes por proporcionarem uma amizade intocável e sem julgamentos. Além de tudo isto, e contrariamente ao que muitas pessoas julgam, ajudam-nos a viver mais felizes e saudáveis. in www.educare.pt
The sleeping hours takes us far From traffic, telephones and fear Put out your problems with the cat Escape until a bell you hear ... Its such a rainy afternoon No point in going anywhere The sounds just drift across my room I wish this feeling I could share
A nova grelha de programas da RUC só arranca a 16 de Outubro. Assim, a Íntima Fracção regressa na noite de 18. Para lá do grande refúgio que é a net, sinto-me satisfeito por ainda haver um pedacinho de éter para a IF. Não acredito que 64% mais para a Ciência resolvam alguma coisa. Pelo menos enquanto o OE se ficar pelos 0,6% para a Cultura. É que bastou escrever um post com aquela história do Jura (tema da telenovela Jura), para aqui virem cair uns quantos mais visitantes. Escrever telenobela também serve ...
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Francisco em 7.10.06
6.10.06
É como dado adquirido, mas espantamo-nos (me ?) sempre com isto. O mundo está tão pequeno, que nem McLuhan acreditaria se aqui voltasse (como se ele não estivesse ...). Escrevi um post a propósito de "Nono andar", da Né Ladeiras e de Ana e as suas irmãs. Pois a Paula Simões (a quem a IF deve em boa parte o ter saltado para a net), enviou-me um ficheiro mp3 com a música. E o que terá feito a Paula levar atrás de si o "Nono andar" para o sudoeste da Finlândia ? Um mp3 a cair lá do norte ...
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Francisco em 6.10.06
Rose, I'm feeling older I was as lucky as a four-leaved clover I tried to be happy it wasn't easy When I choose my colour it will be ... Razzle Dazzle Rose
Como a música tem sempre algo para acompanhar os dias ! Depois de um dia de chuva (de muita chuva), as memórias de um disco que o José Luís me trouxe de Paris, no início dos anos 80, em plena época (lá) das rádios livres (Rádio Alfa !). From A to B. New Musik. A World of Water. (oiçam onde foram buscar as ideias - 25 anos depois - os compositores nacionais de música para anúncios a telemóveis)
Just one smile the pain's forgiven Just one kiss the hurt's all gone Just one smile to make my life worth living A little dream to build my world upon
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Francisco em 2.10.06
1.10.06
Há certos momentos em que sinto mesmo falta daqueles dias (e noites) irrepetíveis, de rádio ao vivo. Quando só havia três estações de rádio em Portugal e estavamos expostos. Muito expostos. No entanto, para mim, o espaço do estúdio era um refúgio. Cá fora, tudo de mal podia acontecer. Lá dentro, estava a salvo, à frente de toda a gente. Quem (o quê) me protegia ?