O que é que o Zeca Afonso tem a ver com a IF ? O meu passado constrói o presente. Zeca Afonso também esteve na IF, directamente, através da sua música. "Maio maduro Maio" e extractos de "Senhor Arcanjo" foram muito utilizados em determinada época. Também utilizei sons da "Grândola" original e a versão de Carla Bley.
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Francisco em 24.2.07
23.2.07
Isan, a noite passada, no TAGV em Coimbra.
Não sei se é música para ser ouvida em palco. Ainda menos num palco grande e em grande sala. É música introspectiva, mas que cria paisagens. Por isso, talvez, a meia obscuridade em que tudo se passa. Não é música para ouvir tão alto. De qualquer forma, aqui, bem melhor do que nos bares distraídos ou em salas esdrúxulas.
Vamos pelo reconhecimento. Ouvimos, agradecemos, aplaudimos e vamos embora.
Antony e Robin também têm os seus pets. Para dar sorte, actuam com dois gatitos de porcelana sobre a mesa, em representação dos verdadeiros que ficaram em casa.
Ah ! E não bebem só chá ! Embora tenham ar e atitude de quem também o bebe (ou bebeu).
IF 21 Fevereiro 2007 # At Swim Two Birds : Darling # The Montgolfier Brothers : Dream in organza # Isan : Stickland # Leo Abrahams : Seeing stars # Lanterna : Hope # Jens Lekman : How much you mean to me # Cat Power : Remember me (solo version) # At Swim Two Birds : Darling (never ending IF remix)
+ sons de Belgais; terminal de aeroporto; morte de Vladimir Komarov no regresso à Terra da nave espacial Soyuz 1 (Abril 1967)
Na próxima 5ª feira, dia 22, no TAGV, em Coimbra, Isan.
Estas sons que já eram da IF há um par de anos, finalmente, ao vivo e aqui à mão (ao ouvido).
Depois de em 2004 os ter redescoberto em "Meet next life" (já editavam desde 1996), em 2006 "Plans draw in pencil" foi um surpreendente disco (Calmscape best album 2006 award).
Depois de um interregno de 18 anos, estive nos estúdios da RDP-Antena 1 (em Coimbra), para falar ao microfone. Por motivos diferentes dos que me faziam falar naquela época, no mesmo local. Muitas modificações, claro. O espaço físico dos estúdios é, no entanto, o mesmo. A estranha sensação que tive foi a de vazio. Muito menos gente (mesmo assim, ainda amigos). Uma quietude que me remeteu para os domingos de Agosto de quando eu lá trabalhava. Depois, uma melancolia. E fiquei a pensar : o que é hoje a Rádio ?
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Francisco em 16.2.07
Demitida a direcção do DN ? ? ? Será que a Global Notícias (Oliveira's) descobriu (julga) que é possível fazer um diário, supostamente de referência, com muito menos gente e também com muito menos notícias depois do exemplo do remodelado Público ? Talvez fosse melhor esperar para ver os resultados deste. Ah ! A Global Notícias é ainda proprietária do 24 Horas (direcção também demitida ?), do JN, do Jogo e da TSF.
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Francisco em 16.2.07
IF 14 Fevereiro 2007 # All night radio : All night radio (never ending IF remix) # Sigur Rós : Takk # At Swim Two Birds : Little white lies (almost never ending IF remix) # Feist : One evening (Gonzales piano solo) # Mono : Are you there # OMD : Times zones (extracto) # Belbury Poly : Cool air (extracto) # Belbury Poly : Farmers angle # Nine Horses : The Librarian # Sengei Ono : I think of you
+ " ... and i remain disappointed" - extracto (Piano Magic)
A propósito dos DVDs que por aí andam sobre Blues. No quase inesgotável YouTube, Sam "Lightin' " Hopkins : Take me back (em palco, só com um microfone e a preto e branco).
IF 7 de Fevereiro 2007 # Old Jerusalem : Lunar Calendar # Alpha : Saturn in the rain # Blue Nile : From a late night train # Clinic : Goodnight Georgie # Tindersticks : Until de morning comes # Duo 505 : Toru Okada # Departure Lounge : The new you (remix) # Nouvelle Vague : Friday night, saturday morning # Balun : To my room # Isan : Stickland # Tape : Sand dunes # Tracey Thorn : Femme fatale # Daniel Johnston : God only knows # Lemon Jelly : Experiment nº6 (extracto)
+ sons : chuva; rodados sobre piso molhado; caixa de música; rãs.
O vídeo de Paulo Abrantes inspirado na Íntima Fracção já está no YouTube (versão legendada em inglês).
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Francisco em 8.2.07
As músicas sobrepõem-se muito depressa na memória. Com o aumento da produção e, especialmente, com o enorme leque de canais de divulgação, há uma tendência para que as músicas se arrumem muito depressa. Às vêzes deitam-se foram. Há também imensa música perdida. As rádios em Portugal alargaram a dimensão do espaço vazio na música actual. Mesmo que sejam de agora, a maior parte das músicas parecem-se com outras, que por sua vez já se pareciam com outras e outras e outras. Antigas e sem nada que as distinga. A rádio em Portugal está tomada por programadores que pensam "ah ! isto sim !". E isto sim, porquê ? Porque é música do "tempo deles". Ainda ontem eram tão novos e já hoje repetem até à exaustão as suas musiquitas que nada mais fizeram do que vender discos. Normalmente há um período de 20 anos para incubar esta "doença". O tempo suficiente para se passar da adolescência à idade adulta e se ser responsável por alguma rádio (alguma !). Vai daí estamos agora nos anos 80. No entanto, se esperam voltar a ouvir Cocteau Twins, Felt, Nick Cave ou David Sylvian, por exemplo, desistam. Esperam-vos Culture Club (e vá lá ...), Lionel Richie, Phill Collins e muito provavelmente os Miami Sound Machine e as Bananarama. Uns singles com piada para miúdos de 16 anos à época. Enfim, também se ouviam nos bares e discotecas pelos mais crescidinhos. De maneira que regressa tudo ao estado plastificado estilo Olivia Newton-John. Já não falo dos nomes eternos (Sinatra, Jobim, Brel, ...) simplesmente BANIDOS da rádio. Há uma enorme galeria de notáveis (solos e grupos) que desapareceu. São notáveis, mas não suficientemente eruditos para terem direito ao exílio na Antena 2. Assim sendo, a rádio em Portugal, no que à música diz respeito (talvez não só), está quase no grau ZERO. Isto é, sem alma, pode ter corpo, mas está morta.
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Francisco em 8.2.07
Há 80 anos, no Porto, deu-se a primeira revolta a sério contra o regime saído do 28 de Maio de 1926. O movimento foi contido. As movimentações de tropas, tendo motivações políticas por parte de quem as decidia, fazia-se no terreno por homens que tinham da condição militar uma inabalável postura no cumprimento do dever. Maria Manuela Cruzeiro, depois de recolher horas e horas de depoimentos dos intervenientes no 25 de Abril, notou o mesmo.
A 3 de Fevereiro de 1927, o meu avô materno, capitão Eduardo de Albuquerque, republicano convicto, tendo recebido ordens nesse sentido, comandou uma coluna militar que desceu a Serra do Pilar e, enfrentando o fogo disparado da margem norte, atravessou o Douro através da ponte D. Luís conseguindo entrar no Porto e dominar a revolta.
Há notícias de como sangrento foi este embate.
Li há poucos anos uma carta que lhe foi dirigida elogiando a sua bravura no feito. Para ele não tinha sido mais do que o cumprimento do dever. Não podia ser de outra forma. Acabara de ajudar a manter um regime político que, mal ele sabia, quase toda a família viria a combater e, parte dela, a sofrer-lhe as consequências.
Nessa noite, na sua casa de Santa Clara, em Coimbra, a minha avó, sem acesso à informação sobre o que realmente se passava, desesperava. Alguém lhe disse que um "praça" que o acompanhara, tinha casa no Almegue. Procurou-o, acompanhada pela minha tia Mi, e foi encontrá-lo acabado de chegar do Porto : "... esteja descansada, deixei há pouco o meu capitão são e salvo, de botas descalçadas, a descansar em Campanhã".
E foi assim, como um pesadelo que passara, que terminou o 3 de Fevereiro para a família da minha mãe. Afinal, ia começar tudo.
Para mim é um fascinante mistério o facto de vários membros da família terem cruzado assim a História. De outra forma, essa mais trágica, já o meu bisavô, pai da minha avó, está escondido algures na nossa História por alturas do regicídio.
Gostava de escrever alguma coisa não sobre Fernando Assis Pacheco, mas a propósito de Fernando Assis Pacheco. "Teria feito 70 anos neste 1 de Fevereiro ...", é uma evidência aritmética. Nasceu em Coimbra, também se sabe. Jornalista, escritor. Poeta. Para mim um inigualável contador de histórias. Um irrepetível narrador. Vem aí um mês inteiro que lhe é dedicado na Casa Fernando Pessoa (desapareceu o sítio na internet ?!). Será agora que alguém se lembra de adaptar para o cinema "Paixões e Trabalhos de Benito Prada" ? Tanta coisa para contar e deixou-nos há 12 anos. Também já tinha deixado Coimbra há muito tempo, mas não era motivo para a cidade o ter deixado no esquecimento. Por mim, enquanto houver Ninis, primeiros amores e miúdos a jogar à bola em quintais, ele está cá.
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Francisco em 2.2.07
IF 31 Janeiro 2007
# Barry Adamson : Everything happens to me # Brian Eno : Everything merges with the night # Alpha : Theme (Lost in a garden of clouds) # Alpha : Theme 2 (Lost in a garden of clouds) # OMD : Time zones (extracto) # Alla Polacca : A Cláudia ... # Mono : The remains of the day # Skalpel : Sculpture (extracto) # Mono : Are you there # Explosions in the sky : Day six # R. Stevie Moore : In my room # Nine Horses : Birds sing for their lives # The Shims : A comet appears # Isan : Lent et douloureux (Trois gymnopedies - Satie) # Lee Hazlewood : Some velvet morning (ft. Phaedra) # Maysa Matarazzo : Un jour tu verras
+ S.O.S. ; pedras que rolam caindo ; vento no meio do nada