There she goes my daytime girl. Spreading her wings like a high flying eagle. All the people will stare as she falls to the ground.
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Francisco em 31.1.08
28.1.08
Nesta viagem que faço, devia parar em hóteis e sentar-me melancolicamente num bar onde ao fundo, sem que eu lhe consiga distinguir bem a cara, um teclista toca qualquer coisa que me diz "já não é aqui que devias estar". E as memórias distraem-me e atrasam-me. A memória e as expectativas. Desde que compreendi que a vida está entre as duas, tudo se tornou muito mais difícil.
Original dos Kinks há 40 anos, esta é uma das grandes canções pop do século XX. Aqui por Ray Davies ao vivo, já neste século, numa autêntica celebração religiosa. Uma canção agradecimento sobre a ausência : "they're still with us, they just don't want to be here!".
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Francisco em 19.1.08
E, mesmo assim (quero dizer, mesmo com todos os males do mundo, ou talvez por eles), ainda existe gente que persiste em fazer música ensolarada (tão fácil como um dia de sol ...) que nos faz acreditar que Peter Pan está vivo !
Encontrar as frases certas num mundo de informação que transborda, é um desperdício.
E, no entanto, sinto que continua a ser possível dizer não o que nunca foi dito, mas como nunca foi dito. Tentar dizer o indizível é que não. Para isso devo convocar as imagens e muito mais ainda os sons.
E então há um sobressalto, quando o silêncio me dá a exacta dimensão do vazio e eu persisto em acreditar que há velhos sons gravados nas superfícies mais improváveis.
E ao longe, nem o mar nem o avião que cruzava o céu nocturno. Apenas um cão. Um longínquo e quase sumido cão.
E é sábado e isso não tem significado nenhum.
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Francisco em 19.1.08
18.1.08
Descobri a música no blog Milimagens. Não fazia era a mínima ideia que iria encontrar um vídeo tão simples e criativo. Tem mais de um milhão de visionamentos no YouTube (um consenso, já se vê) e é algo de muito bom para um princípio de fim-de-semana. Easy listening ... and viewing !
Com a futura mudança de casa do blog da IF, talvez me apeteça alterar os conteúdos, que a forma é certa. Por enquanto partilho a ideia de voltar a comprar o JL e de estar muito curioso com a chegada para breve do Courrier Internacional transformado em revista. Parece ser um objecto apetecível.
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Francisco em 16.1.08
11.1.08
Recomendável. Uma aventura com mp3 nos ouvidos.
O Áudio-Walk "Chambres, Rooms, Zimmers" estreou a 7 de Janeiro. Um percurso teatral pela cidade de Coimbra. Pode ir buscar o seu MP3 à Galeria Santa Clara. De 7 de Janeiro a 9 de Fevereiro. De Segunda a Sábado das 14h às 18h. Direcção Artística: Ricardo Correia. Produção: Rio Contigo e Casa da Esquina. Reservas:963421452
Ideias, livros, imagens que contaminam este projecto: 1- Rua de sentido único de Walter Benjamin 2- As cidades Invisíveis de Italo Calvino 3- As asas do desejo de Win Wenders 4- A taxa média de alcoolemia dos estudantes de Coimbra 5- Os sem-abrigo 6- Lisbon story de Wim Wenders 7- Playtime de Jacques Tati 8- A luta de 69 9- O direito à habitação e à cidade 10- Relatos de más experiências na procura de quarto em Coimbra 11- A Biblioteca de Babel de Jorge Luís Borges 12- Anúncios de aluguer de quarto nos jornais 13- Grafittis na cidade
Inesperadamente, encontro, fora do contexto, a introdução de uma das favoritas da IF. Quem descobre ? O primeiro recebe um pin da nova série IF ...
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Francisco em 10.1.08
9.1.08
"Quando termina o passado ? Nunca. E nunca se sabe quando nos pesa ou nos eleva." Eu disse isto. E já não me lembrava. Lamentável. Lamentável, porque é precisamente isto que quero dizer.
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Francisco em 9.1.08
7.1.08
No blog Coriscos, em votos para o ano de 2008, dizem que gostavam de me ver regressar à TSF, ou a outra estação qualquer com a Íntima Fracção. Eu fico desvanecido (é o termo ?) com o facto de continuarem a lembrar-se da IF ( ... e de mim). A IF até passou em 2007 seis meses pelo regressado Rádio Clube, mas parece que também ali não há lugar para estas intimidades radiofónicas. Actualmente, não sei onde haverá.
A Íntima Fracção passará a ser distribuída em podcast através da versão online do jornal EXPRESSO. Dylan já tinha avisado há mais de 40 anos : " The times they are a-changin' " ...
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Francisco em 7.1.08
Jens Lekman, em Novembro passado, a reinventar "You can call me Al", de Paul Simon. Música, segundo ele, do tempo da sua inocência. Lekman, dizem, vem ao Porto à Casa da Música.
Quando a dor no peito me oprime, corre o ombro, o braço esquerdo, surge nas costas, tumifica a carótida e dá-lhe um calor que não gosto; quando a respiração se acelera em busca duma lufada que a renasça, o medo da morte afinal se escancara (medo-mor, tamanha injustiça, torpeza infinita), aperto a mão da Irene, a sua mão débil e branca. Quero acordá-la. E digo : «não me deixes morrer, não deixes...» Penso para comigo, repito para me convencer: «esta pequena mão, âncora de carne em vida, estas amarras suas veias artérias palpitantes, este peso dum corpo e este calor, não me deixarão partir ainda...» E aperto-lhe a mão com força, e acabo às vezes por adormecer assim, quase confiante, agarrado à sua vida. Ah, são as mulheres que nos prendem à terra, a velha terra-mãe, eu sei, eu sei ! São elas que nos salvam do silêncio implacável, do esquecimento definitivo, elas que nos transportam ao futuro, à imortalidade na espécie (nem teremos outra) pelo fruto bendito do seu ventre (eu sei, eu sei...)
Luís Pacheco ("Comunidade", Contraponto, 1964)
Morreu Luís Pacheco. Não encontro palavras para evitar lamechices que ele detestava. Esteve internado há muitos anos nos HUC onde o Aníbal Sales, meu companheiro de realização das primeiras aventuras cinematográficas, o conheceu. Conheci um outro Luís Pacheco através do Sales que, também ali internado, me deu uma outra imagem do escritor. Foi há mais de 30 anos e a diferença de idades entre o Sales e o Pacheco era maior do que o tempo que entretanto passou. De qualquer forma o Sales até já partiu há 4 anos sem me dizer nada. Devo-lhe, também, um outro saber sobre o Luís Pacheco.
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Francisco em 7.1.08
Uma das mais belas canções do século XX - Song to the siren. Foi recuperada em 1984 pelo projecto "This Mortal Coil", mas originalmente é de Tim Buckley, que a incluiu no disco Starsailor (1970). O disco não teve quase vendas e poucos lhe deram atenção. A 25 de Março de 1968, Tim Buckley tinha (inesperadamente) encerrado o programa televisivo dos Monkees, cantando a solo "Song to the siren". Uma canção de desencanto que, para mim, me lembra a brisa sobre as dunas, de frente para o mar, de onde nunca saiu a sereia perdida.
Primeiro entusiasmo em 2008. A dupla Beach House (de Baltimore, Maryland, USA), publica no final de Fevereiro o segundo disco : Devotion. Teclados etéreos, vozes distantes, um q.b. de melancolia e sonho. Mas ... algo novo construído sobre boas memórias (Mazzy Star, Galaxie 500, Slowdive, o orgão dos Suicide, Martin Rev, ventos vagamente soprados dos finais dos 50's, ...). Já passa na IF. Ah ! ... E passará !
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Francisco em 6.1.08
Das várias mensagens de ouvintes da IF, escolho agora esta para abrir o ano de 2008.
Surpreendente. Emocionou-me.
Veio de José, da cidade Punta Arenas, na Patagónia chilena, bem no sul do continente americano, junto ao estreito de Magalhães.
Francisco, muchas gracias por tu música, es de lo mejor que estoy escuchando. Por estos lados, caminar en la Patagonia del sur chileno, donde la lluvia, el viento y el sol se mezclan, escuchar tu música es una gran completo. [...]
[...] una pocas fotos, del sendero por el cual siempre camino, no importa la estación del año. Tu musica se relaciona con esta zona muy austral, los vientos son fuertes, la lluvia a veces golpea y duele la cara, en fin la paz la encuentras por estas tierras. [...] .Nuevamente un saludo y muchas gracias por compartir tu música.
E fico a imaginar a IF, transportada pelo José, que percorre aquele sendero no outro lado da Terra.