Pouco para dizer, muito para escutar, tudo para sentir. A propósito do programa de rádio
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1.1.07
 
Na terceira pessoa do singular. É assim que se torna mais fácil escrever, contar e esconder. "Sentou-se à mesa sózinho". Não. Eu sentei-me à mesa sózinho. Ouvi, pela primeira vez, o som dos talheres ampliado como só se escuta no cinema. Todos os pequenos ruídos, tão presentes, passaram a ter uma identidade própria. Tornaram-se reconfortantes. Os talheres, o prato, até o guardanapo.
Uma refeição frugal, que outra qualquer me faria sentir um actor em cena.
Para o gato, sim. Salmão e camarão, que a ternura e a lealdade também se devolvem.



A casa num silêncio absoluto e rebenta-me a meia-noite em buzinas, tachos, vozes de criança nas varandas e fogos-de-artifício longínquos. Doze badaladas, possivelmente passas, um pé no ar, votos, beijos e tudo o que sei detrás, mas agora apenas ouço.
No instante preciso e seguinte à 12ª badalada (porque não são 24 ?), suponho que no primeiro minuto do novo ano, jorra-me o sangue pelo nariz. Inesperado, absurdo, inquietante. Banal. Sinal ? Afinal estou vivo e não tenho ninguém para me dizer o que fazer.
O que fazer ?
(Água oxigenada e algodão em rama - 1 euro e 18 cêntimos)


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