Pouco para dizer, muito para escutar, tudo para sentir. A propósito do programa de rádio
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Íntima Fracção
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7.4.05
 


Na noite de 7 para 8 de Abril de 1984, sábado para domingo, concretamente às 0 horas de 8 de Abril, começou a ser realizada (em directo) a primeira Íntima Fracção. Local : estúdios da RDP em Coimbra. Broadcast : Antena 1.
Na época, havia três estações de rádio em Portugal : RDP Antena 1; RDP Rádio Comercial; Rádio Renascença.
As músicas que passavam na rádio, incluiam: 99 Red balloons/Nena; Joanna/Kool & the Gang; Wouldn't it be good/Nik Kershaw; Relax/Frankie Goes To Hollywood; Hello/Lionel Richie; Jump/Van Halen; Robert De Niro's waiting /Bananarama; Doctor doctor/Thompson Twins; Your love is king/Sade; It's a miracle/Culture Club; Radio Ga Ga/Queen; My ever changing moods/Style Council ... Embora, passados 21 anos, algumas destas memórias possam saber bem, não era disto que a IF se iria fazer.
Os sons iniciais da IF andaram pelos discos dos Cocteau Twins, Smiths, Brian Eno, Harold Budd, Laurie Anderson, This Mortal Coil, Aztec Camera, Rainy Day, Ry Cooder, Howard Devoto, Magazine, Durutti Column, Red Guitars, Felt, Nick Cave, John Cale, Velvet Underground, Virginia Astley, Sétima Legião, John Surman ... com repescagens de outras épocas onde se incluiam Buffalo Springfield, Dylan, Doors, Cohen...
Não era habitual (nem fácil !), juntar e passar estas coisas durante duas horas. Hoje - e nunca o poderia ter imaginado em 1984 - ainda é menos habitual e muito mais difícil fazer o mesmo. Seja com aqueles sons ou com os que em 2005 poderão ser os seus equivalentes. O (quase) desaparecimento dos realizadores radiofónicos, resulta da expansão das playlists (fabricadas por uma ou duas pessoas, por sua vez controladas por uma outra que tem de mostrar resultados a outras, que supostamente exigem um produto de que o público goste, mas verdadeiramente o que pretendem é controlar esse público), das rádios automatizadas sem coração (nem alma !), do amadorismo das locais exploradas como se fossem mercearias que passaram a mini-mercados, da praga dos programas jovens adultos (onde é necessário haver umas 4 vozes sobrepostas e uma série de esgares, supostamente risos, contentes com tudo e com coisa nenhuma), da rádio interactiva (horas de suposta democracia popular, na qual falam os que têm acesso ao telefone e sabem como conseguir vez no parlatório) e, claro, a rádio de sempre - boa viagem, cuidado com o piso e já são 8 e 27 !
A rádio portuguesa é, actualmente, quase toda igual. Tirando as estações que produzem informação (Antena 1 e TSF) - com preenchimento musical muito discutível, especialmente a TSF que baixou o nível para um patamar impensável, não há rádios alternativas de cobertura nacional, nem sequer verdadeiras rádios temáticas.
Tirando ilhas de resistência (universitárias e uma ? ou duas ? locais), a lógica é a de que o mercado formata a rádio. Não é verdade ! A rádio é que formata o mercado (veja-se a história da TSF). Devido a este panorama, e já que a Antena 2 se abriu apenas (vagamente) ao jazz, cabe ao Estado (coisa maldita que provoca tonturas aos opinion-makers persistentemente colocados nos media nacionais) a criação de uma alternativa credível e responsável. Contra tudo e por certo contra todos, defendo a criação de um novo canal de rádio de cobertura nacional. Conteúdos ? Tudo o que os outros não têm, mais as poucas coisas boas que os outros ainda têm.
E é assim que se comemora o 21º aniversário da Íntima Fracção.

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