Pouco
para dizer, muito para escutar, tudo para sentir. A propósito
do programa de rádio
ÍNTIMA FRACÇÃO
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9.2.04
Há músicas que ficam agarradas a sítios, cheiros, luzes.
Quando andava à procura de temas mais ou menos esquecidos, de outros tantos filmes não menos lembrados, conheci um chinês de Hong Kong a viver nos EUA. Para mim, a expedição tinha começado em busca da banda sonora do road-movie "Il sorpasso", do Dino Risi.
Depois lembrei-me de "Come September" (em português com o fantástico título Idílio em Setembro).
Daqui até Billy Vaughn foi um percurso natural.
São tudo coisas com mais de 40 anos, datadas, easy, mas que mostram um outro lado da época. O chinês andava à procura de "Berlin Melody". Fazia-lhe lembrar os seus dez anos, quando engraxava sapatos à porta de um salão de dança. Dizia-me ele que aquela música, ainda hoje, lhe parecia descer pelas escadas. A mim, faz-me lembrar um Austin Healy Sprite. Vermelho.
É sempre com as músicas menos esperadas que as memórias longínquas nos vêm bater à porta.
"Surpreende-me a minha própria nostalgia por tempos de que tenho apenas escassas redordações."(Shepard) Ou nenhumas.
Recordações do que se não viveu. Recordações do que se conhece por relatos de outros.
billy vaughn - berlin melody1.MP3
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Francisco em 9.2.04
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