Pouco
para dizer, muito para escutar, tudo para sentir. A propósito
do programa de rádio
ÍNTIMA FRACÇÃO
OUVIR ON-LINE ou PODCAST
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28.12.03
Está aqui tudo sobre
[ um som profundo do Outono ]
emissão [ em linha ] da Íntima Fracção, que resultou da ideia da colectânea de Outono produzida pelo blog Janela Indiscreta.
Brevemente, lança-se para a rede a primeira IF realizada com o fim de ser ouvida, exclusivamente, através da internet. O suporte rádio continua a ser um objectivo, mas não o único.
Quase um ano depois do 1º post neste blog da IF (30 Dezembro-2002), quero deixar claro (quem é que já me disse isto ?...) que a IF podia, neste momento, estar a ser transmitida através de várias estações de rádio que cobrem uma área entre Braga e Lisboa. Por motivos operacionais não foi, até agora, essa a opção.
Em 2004, a IF completa 20 anos. Ouviremos o que se segue ...
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Francisco em 28.12.03
26.12.03
26, Dezembro
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Francisco em 26.12.03
24.12.03
Aqui está a prometida IF.
É a chamada colectânea de Outono promovida pela Janela Indiscreta. Há alguns meses, a Cristina Fernandes entusiasmou-me a fazê-la com o fim de ser transmitida pela rádio. Com a chegada do Outono, a Íntima Fracção saiu da antena da TSF. Talvez por isso se arrastou tanto esta IF de 43 minutos, que agora pode ser ouvida através da Net.Isto é possível devido ao entusiasmo da Paula Simões, da ajuda do João Ventura (CEMEIA) e da disponibilidade do Pedro Pais e de todo o pessoal do CIC, da ESEC. E, claro, da própria ESEC.
A IF pode ouvir-se directamente ou então pode fazer-se download, para ouvir mais tarde e onde se quiser.
Para já, está disponível aqui.
Daqui a uns dias ficará disponível uma outra emissão da Íntima Fracção.
Tudo isto resulta também do apoio incondicional do Mário Pires, do blog Retorta.
O regresso às ondas hertzianas não foi ainda concretizado por dois motivos:
não querer abdicar do formato da IF (se assim fosse não seria IF);
querer garantir a maior cobertura possível, tal como desde o seu início, em Abril de 1984, sempre aconteceu.
Aos ouvintes da Íntima Fracção, garanto, que enquanto sentir que a IF possa ter alguma importância para vós (como para mim também houve outros programas de rádio que a tiveram), a IF não acaba. Trata-se pois de uma situação a ser gerida por nós. Sobra-me ainda lucidez para reconhecer os sinais que indiquem o seu fim. Num panorama radiofónico, genericamente, sem alma, a IF tem agora mais sentido.
Íntima Fracção : OUTONO
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Francisco em 24.12.03
21.12.03
20.12.03
O suplemento Y, do Público, arrisca-se a ser considerado marginal. Chama para a primeira página Jacques Tati, a propósito da edição em DVD da cópia restaurada de Playtime. Estas decisões pagam-se e não me admirarei se o suplemento vier a sair do jornal, porque só eu e 999 leitores é que damos valor às matérias lá incluídas.
Para quem quiser saber mais sobre Tati, há o site oficial. Não saltem a introdução. É preciso tempo para a ver, tal como os filmes dele, mas vale a espera.
Tati fascina-me desde criança. Primeiro, ouvia o meu Pai falar com grande entusiasmo de "O meu tio". Depois, ouvia os primos mais velhos contarem as peripécias do filme. Finalmente, na adolescência, vi o Playtime numa sala enorme e com meia dúzia de espectadores. Deve ter sido por isso que Tati teve que vender a própria casa e abdicar dos direitos dos filmes anteriores para pagar dívidas. A cidade construída para rodar o filme, Tativille, devia ter ficado de pé com escola de cinema e salas de exibição. Foi tudo demolido, sepultando as folhas com o argumento. Tati refugiou-se num apartamento em Paris. Deprimido, à beira da derrota. Felizmente ainda reagiu a tempo de fazer mais dois filmes (um na Suécia - Estocolmo continua a ver-se daqui).
O Natal anuncia-se cinzento. Devia ser branco, mas isso deve ter sido na época de "White Christmas". Bing Crosby, abnegadamente, continua disponível para aquecer a mais negra noite de Natal. Quem sabe, talvez o Tatischeff me bata à porta. Desajeitado, pega no telecomando e envia-me para um canal onde Crosby canta pela 50ª vez. "I'm dreaming of a white christmas ...". E a rua fica branca. E depois os telhados e as árvores, o jardim. Ficamos em silêncio, atrás dos vidros, a olhar. À meia-noite ofereço-lhe um Porto branco. Tati diz-me então a primeira e última palavra da noite:" Merci".
Acordo no frio da manhã seguinte e afinal há gente na casa. Conversas animadas. Livros recebidos na véspera, folheiam-se agora. Fotografias. O calor na cozinha, com as criadas a fazerem o almoço.
Volto à janela e o Tati desce a rua. Pára. Bate o cachimbo na sola do sapato e segue. Sózinho, como sempre.
Bing Crosby - White Christmas1.MP3
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Francisco em 20.12.03
19.12.03
Vento.
Sê através dos meus lábios, para a terra adormecida, o apelo poderoso duma profecia !
Vento ...
Se chega o Inverno, poderá estar longe a Primavera ?
Shelley
Ryuichi Sakamoto - Father Christmas.mp3
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Francisco em 19.12.03
16.12.03
Uma porta por onde passámos tantas vezes, e vejo-a agora, ali, fechada, acreditando que para sempre.
A porta, como entidade física, essa, poder-se-á abrir e fechar ainda e sempre, provavelmente. Mas eu olho-a e sei que a fechei definitivamente. O calor, o afecto, os sons já tão longínquos, tudo poderia ter ficado registado nas superfícies mais inesperadas e, quem sabe, esperem apenas o instrumento indispensável para os revelar de novo. E assim vou duvidando de que os espaços, quaisquer que sejam, se fechem para sempre.
Receio apenas as portas que eu possa encerrar para sempre.
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Francisco em 16.12.03
14.12.03
Memórias.
Jay Alanski (A reminiscent drive - 97) :
"sitting quietly, doing nothing"
a reminiscent drive- sitting quietly, doing nothing1.MP3
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Francisco em 14.12.03
12.12.03
Sou indiferente ao frio do Inverno, o que temo mais são os corações gelados dos homens.
Disse o ilustre Saigo (sec. XIX).
No sec. XX, os jovens kamikaze, pilotos dos aviões-suicidas, despedem-se assim:
Se ao menos pudéssemos cair como as flores de cerejeira, tão puras e luminosas ...
Disse um piloto de 22 anos (1945).
Onde nos leva o gelado caminho ?
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Francisco em 12.12.03
9.12.03
Confesso que se não fosse o Ânimo do António Colaço, nem tinha dado pelas afirmações sobre a IF que sairam na edição de 5 de Dezembro do Independente. Mas o António levantou estardalhaço no blog e eu fiquei a saber.
É provável que encontrem aqui um post com uma reflexão sobre o assunto.
Para já, uma notícia : dentro em breve estarão on-line duas novas emissões da IF.
É por causa de pessoas como o António que reafirmo o que disse no final de Setembro : a IF não acabou. Deixou de ser transmitida pela TSF.
Obrigado ao António e ao Ricardo, e aos Hugos, ao Mário, à Cristina, ao Vicente, ao Pedro, à Ana, ao ... à ... mas afinal quantos são ? Quantos são ?! Nunca soube, mas confesso que também nunca quis saber. Podia ser de outra maneira ?
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Francisco em 9.12.03
6.12.03
"O INTIMA FRACÇÃO ERA UM PROGRAMA DE AUTOR QUE JÁ ESTAVA NUMA FAIXA HORÁRIA MARGINAL."
Isto disse o José Fragoso, actual director da TSF, ao Independente.
Não sei ainda se comentarei o resto das afirmações que JF fez sobre a IF, na entrevista que deu aquele semanário. MAS, esta afirmação não posso deixar de corrigir. A IF não estava JÁ numa faixa horária marginal. A IF SEMPRE esteve num horário que o JF chama de marginal. E, ouvindo bem, não podia deixar de ser assim. O recurso ao JÁ, remete o leitor para a ideia de que o programa JÁ tinha sido arrumado numa faixa horária "marginal", depois de ter vivido numa outra, eventualmente central ou integrada. Não é correcto.
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Francisco em 6.12.03
4.12.03
Acabaram os Concertos Portugal Telecom, mais conhecidos pelos Concertos "Em Órbita".
Para quem não sabe, "Em Órbita" foi (é !) um programa de rádio que começou em 1965 e passou por diversas fases, mas todas construiram um autêntico património da formação do gosto do público, com critérios de grande exigência e rigor.
Com o fim destes concertos, dedicados à música antiga, pode também terminar o conceito (que insisto, existe) "Em Órbita".
Há só uma enorme perplexidade que, persistentemente, teima em não se resolver. Será que num país conservador, com alguns conservadores no poder, só se conserva a medíocridade ?
Contra o que é habitual neste blog, transcrevo um texto de Carlos Câmara Leme, publicado no jornal Público. Está lá tudo.
" 1. A 5 de Novembro de 2003, na Estação Júlio Prestes/Sala S. Paulo, a PT Brasil atribuía, pela primeira vez, os Prémios Portugal Telecom de Literatura Brasileira. A operação do outro lado do Atlântico foi um êxito: conseguiu atrair toda a elite social e cultural da grande metrópole brasileira e garantiu, simultaneamente, a instituição de um prémio literário sério e prestigiado. O investimento (com as várias reuniões do júri, publicidade e a gala de atribuição na Sala S. Paulo), rondou os 350 mil euros.
2. A ligação da PT ao Em Órbita, um dos programas que fazem já parte da história da rádio em Portugal, data de 1996. Em 1997, surgiram os Concertos PT/Em Órbita. De então para cá, os mágicos momentos musicais saldaram-se numa aposta completamente ganha. A vários níveis: Portugal passou a estar associado, internacionalmente, a uma programação notável, consistente, com uma qualidade rara porque envolvendo os maiores intérpretes (formações, maestros, cantores) mundiais do movimento da música antiga.
3. Anteontem, no Rivoli do Porto, esta aventura sustentada e inventiva - em pouquíssimas ocasiões este arco foi tão bem conseguido em Portugal -, chegou ao fim. Chegou ao fim, inexplicavelmente. A PT, que apoia mecenaticamente um Teatro Nacional D. Maria II absolutamente à deriva, deixou de apostar na face mais visível e lúcida da sua política mecenático-cultural.
A decisão é tanto mais inexplicável quanto, em documento de Março de 2002, o conselho executivo da PT aprovara o triénio 2003-05, faltando o orçamento e o respectivo programa dos concertos. Para 2004, o orçamento era de 330 mil euros.
Noutro país, a deselegância para com Jorge Gil - o "senhor Em Órbita" - tinha outro caminho. Aqui suscitou uma onda de perplexidade (Presidente da República, ministro da Cultura, agentes culturais, políticos e empresariais dos mais diversos quadrantes manifestaram a sua estupefacção perante tão indigente decisão), que não passou da pequena conversa de salão. Jorge de Sena bem nos avisara - "vivemos no reino da estupidez". Portugal ficou ainda mais estúpido. E mais pobre. "
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Francisco em 4.12.03
3.12.03
AIR - o duo de Versailles, vai regressar a 24 de Janeiro.
O CD chama-se Talkie Walkie. Já o ouvi todo. É bom material. Seria melhor se não tivesse havido 1998 e um "Moon Safari". Os rapazes estão outra vez um "mellow french duo". Parece-me que ouviram muito 10 CC, New Musik e os Beatles. A verdade é que têm uma sonoridade única, o que é difícil, atendendendo ao universo que tocam.
Talkie Walkie não é bem a procura do safari perdido. É de todos os seus discos o mais parecido com "Moon Safari" ( deste, nunca mais se separam ), mas não há nostalgia alguma. A nostalgia é só minha. Acredito que o Morricone gostasse de ter escrito "Ce matin la", mas ainda bem que foram os AIR.
Fica aqui um pedacito do novo álbum. É ouvir, que está em mp3.
air - run _ extracto.MP3
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Francisco em 3.12.03
2.12.03
1 de Dezembro de 1962
Um Mini ( um Seven ... ) cruza vezes sem conta o frio da tarde nas ruas da cidade.
Chamam-se "canadianas" aos casacos com capuz e alamares de madeira.
Paddy Hopkirk ainda irá ganhar o Rali de Monte Carlo, com um Mini Cooper.
Todos os que amávamos ainda cá estavam.
Nevará depois do Natal.
À noite passa na TV outro episódio de "Ghost Squad" (como se terá chamado na RTP ?), com o agente secreto da Scotland Yard, Nick Craig.
Ghost Squad.MP3
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Francisco em 2.12.03
1.12.03
Novo disco de Fausto (Bordalo Dias).
Em que playlist consegue entrar ? Com que (em que) frequência ?
E na televisão ?
Será que é ele que não quer "correr as capelinhas" da promoção ? Não me admirava e até o compreendia. Há uns anos (muitos), almocei com o Fausto e os "promotors" da discográfica que editara um dos seus discos . Fausto é um homem diferente. Foi com constrangimento que o vi ter que engolir as graçolas dos promotores da ocasião.
Agora, dizem, fez um álbum desencantado. Ainda não o consegui ouvir, mas se for, estou com(o) ele.
Fausto é um excelente músico. Um magnífico poeta. Um homem culto.
Não chega.
Falta qualquer coisa que o eleve ao nível de uma Mónica (S?)Cintra...
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Francisco em 1.12.03
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