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13.11.03
 
Sei porque gosto de ouvir vezes sem fim a versão em piano de "Raining in my heart", por Robert Wyatt, no novo CD dele, "Cuckooland". Nostalgia. O tempo "em que tudo era ainda possível". A sala do piano, ao fundo do corredor, em casa da avó Emília. Os finais de tarde perfumados pelo jardim, com o ar morno suavemente cheio pelo som do piano da madame Borges. A belga corria a persiana da janela da sala, mas deixava os vidros abertos. O bairro, luminoso, devia agradecer, mas os clássicos do fim da tarde pareciam clandestinos. Sempre me apeteceu encostar ao portão da moradia e bater palmas quando ela fechava o piano. Dar-lhe até um amor-perfeito, colhido no jardim da minha casa. Nunca o fiz. Nunca ninguém o fez, embora dissessem "Ah! Que maravilha ... a madame Borges ...". Agora é tarde. Resta-me ouvir o piano tocado pelo Wyatt. Agora, que ele está ali, tenho a certeza, no mesmo estado de alma do que eu.

"Raining in my heart".


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