Pouco
para dizer, muito para escutar, tudo para sentir. A propósito
do programa de rádio
ÍNTIMA FRACÇÃO
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18.4.03
É rigorosamente da época da "Crise de 69". Bob Dylan, que já tinha avisado que os " tempos estão a mudar " e que entretanto tinha tido um bruto "estoiro" de moto, gravava uma coisa doce que nem parecia dele : "Lay lady lay".
O álbum que tem esta canção, chama-se "Nashville Skyline" e saiu a 9 de Abril de 1969.
Apaixonei-me por "Lay lady lay". Juntamente com Manuel Vasco Miranda, que um ano depois partia para a Bélgica para seguir uma carreira inicialmente ligada à Fotografia e depois à Publicidade e às Artes Gráficas, gravámos uma bobina de fita magnética inteira só com esta canção. Assim, nas longas noites de estudo, projectos e conversa, a fita rolava sem parar no reprodutor e não tinhamos que voltar a pôr o disco. Era simples.
Um ano depois, demo-nos a outro exagero. Em vésperas da fuga dele para a Bélgica, durante uma semana fomos sempre à sessão das 6, no velho S. Jorge, ver os "Beijos Roubados" do Truffaut. Todos os dias tinhamos dúvidas sobre esta ou aquela cena, um ou outro plano. O segundo balcão do S.Jorge foi uma segunda casa. Uma espécie de casa de uma tia, onde se ia lanchar. Lembro-me que chegámos a ir ver o filme mais uma vez para tirar uma dúvida "angustiante" : Antoine Doinell (J-P. Léaud) dizia "passe-moi LA Coca" ou " LE Coca " ?!
Neste filme encontrei uma velha canção de Charles Trenet, " Que reste-t-il de nos amours? ". De vez em quando passa pela IF. É excelente para criar a sensação de nostalgia, de passado ... de um passado muito passado.
"Je tourne autour de la question qui me tourmente depuis trente ans : le cinéma est-il plus important que la vie ?" (François Truffaut)
Beijos Roubados - François Truffaut - 1968
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Francisco em 18.4.03
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