Pouco
para dizer, muito para escutar, tudo para sentir. A propósito
do programa de rádio
ÍNTIMA FRACÇÃO
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22.4.03
ESTOU DESOLADO E INCONSOLÁVEL.
Morreu Nina Simone.
Uma das minhas referências faleceu ontem com 70 anos. Um prodígio ao piano (tocava aos 4 anos), era de uma família pobre e de negros. Nos EUA não era o melhor para se crescer. Foi ajudada por um professor que sentiu ali a existência de uma fora-de-série. Com 10 anos, em 1943, deu o primeiro concerto como pianista. Os pais, que estavam na primeira fila, foram "retirados" para um lugar "lá atrás" para que brancos ocupassem os lugares da frente. Esta experiência foi determinante. Para além de uma extraordinária pianista e cantora, veio a tornar-se numa combatente pelos direitos cívicos dos negros.
Em 1974, desiludida, abandonou os EUA. Nunca mais voltou. Viveu em vários países, mas acabou por se fixar em França.
Conseguiu cantar quase de tudo, de uma forma que mais ninguém atingiu. Não estava nunca ultrapassada.
A minha preferência vai para a versão de Nina de "Don't let me be misunderstood".
Chamava-se Eunice Waymon, mas o nome artistico vinha de "nina" (menina) e "simone", da actriz francesa Simone Signoret.
A Doutora Nina Simone era Doutora honoris-causa em Música e Humanidades.
Nunca vi Nina ao vivo, mas conheci os autores do video-clip de "My baby just cares for me".
Uma compilação saída em Julho de 1989 tem um conjunto notável de interpretações de Nina."The High Priestess Of Soul", já se sabe, não morreu. É uma das tais que se ausentou. Discos (50 álbuns, pelo menos) e vídeos estão aí para o confirmar.
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Francisco em 22.4.03
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