Pouco para dizer, muito para escutar, tudo para sentir. A propósito do programa de rádio
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9.3.03
 
ÍNTIMA FRACÇÃO
8 / 9 de Março 2003

# Sétima Legião : Por tua imensa saudade
# Lemon Jelly : Spacewalk
# Boards of Canada : In the annexe
# Slowdive : Blue skied an' clear
# Murcof : Maiz
# Bonnie "Prince" Billy : Mandering
# Bob Dylan : Blue Moon
# Jacques Higelin : Je ne peux plus dire je t'aime
# Black Box Recorder : It´s only the end of the world
# Penguin Cafe Orchestra : The surrealist waltz

# Nick Cave : Still in love
# Ed Harcourt : Still i dream of it
# Bonnie "Prince" Billy : Ever if love
# Vincent Gallo : When
# Lemon Jelly : Closer
# Sétima Legião : Por tua imensa saudade
# Martin Rev : Whisper
# Suicide : Surrender
# Sybarite : The fourth day

créditos sobre # Simone de Oliveira : Sol de inverno ; música suplementar # Lemon Jelly : Closer

Textos :

" Verdadeiramente, nada de novo. Apenas o vento e as ressonâncias. Poeira no ar, plantas agitadas. Interrogações. Tudo visto no silêncio que está atrás dos vidros." (F.A.)
" Assim, prossigo. Olhando uma tina de vidro muito transparente, onde o lodo depositado no fundo se agitou e, elevando-se, deixa a água turva, criando uma barreira à passagem da luz. Gostava de poder repousar os braços na mesa e ter tempo, lentamente, e ver os milhares de pequenas partículas a descer, libertando a água à sua pureza inicial, ao brilho da refracção. De novo à transparência. Ou então, prosseguir, até sentir com a cabeça e começar a pensar com o coração." (F.A.)
" O silêncio é de todos os rumores o mais próximo da nascente." (Eugénio de Andrade)
" Quem dorme perde a noite. Foge da eternidade. / ... / Quem dorme perde tudo o que o acaso deposita na mesa do universo." (Lêdo Ivo)
" Para lá das vozes cada vez mais confusas e indistintas, cria-se um nível a partir do qual, essa absurda traição do tempo, deixa pura e simplesmente de existir, para tudo não ser mais do que memória - uma memória sem princípio nem fim que nos faz andar, desde de sempre, à procura de alguma coisa de raro e de indefinível." (Tahar ben Jelloun)

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